Fitoterapia vem do grego e quer dizer: Tratamento (therapeia) Vegetal (Phyton), ou ainda, "a terapêutica das doenças através das plantas". Esta terapia pode ser historicamente definida como a ciência que trata dos problemas de saúde utilizando os vegetais (fitocomplexo)
As plantas medicinais contêm múltiplos princípios activos para puderem aplicar-se para curar um elevado número de doenças, mais ou menos graves, com efeito regulador e protector do organismo. De facto, cerca de 50% dos fármacos actuais foram sintetizados a partir da separação de alguns dos seus princípios. Os fitoterapeutas defendem que a planta inteira resulta mais efectiva que oferecer os seus princípios separadamente já que estes se intereccionam entre si constituindo um remédio natural mais poderoso que a soma das suas partes.
Na Fitoterapia são usadas ervas medicinais sob diversas formas:
Infusão: utiliza-se quando os princípios activos se dissolvem facilmente na água. Coloca-se uma colher de planta seca num púcaro e verte-se água a ferver, tapa-se, retira-se do fogo e aguarda-se cerca de 10 minutos.
Decoção: os talos, as raízes e as folhas trituram-se e colocam-se em água fria, fervendocom o recipiente tapado uns dez a quinze minutos. Posteriormente, filtra-se o preparado e procede-se da mesma maneira que com a infusão.
Tintura: as tinturas utilizam o álcool como dissolvente para extrair a máxima quantidade de substâncias activas da planta. Para obtê-la, utiliza-se uma proporção de uma parte da planta seca finamente triturada para cinco de álcool. Mexemos os ingredientes num recipiente fechado e deixar macerar durante dez dias. Filtra-se, depois, com um pano espremendo bem a preparação.
A área da fitoterapia chinesa é frequentemente mal compreendida no Ocidente devido á escassez de material bibliográfico que trate o assunto com a profundidade necessária, tendo esta uma estrutura complexa não é raro depararmo-nos com erros básicos devido a uma má interpretação das suas regras gerais.
Uma fórmula fitoterápica chinesa poderá englobar seis ou mais plantas e cada uma delas com objectivos bem definidos, que vai desde impedir efeitos colaterais indesejados a encaminhar os agentes principais ao local da doença.
È conhecida na china há cerca de três mil anos, época em que os livros eram escritos em pergaminhos, casco de tartaruga e seda. Mas a informação contida nesses registos mais antigos não fazem referência ás plantas, mas registam os nomes de doenças, orações e outros métodos para as curar.
Para se fazer uma fórmula fitoterápica chinesa, é preciso conhecer-se as capacidades energéticas, curativas e sinérgicas das ervas, ou seja, a interacção de uma planta com as outras. Na formulação Chinesa existe uma erva Imperador, que vai determinar a acção da fórmula, as ervas Ministros, que ajudam a pontencializar a acção do Imperador, as ervas Assistentes que são necessárias para o bem-estar da pessoa e cuidam do estômago para que este receba a fórmula, e por fim as ervas Mensageiras que levam as ervas para o local necessário.
Ao contrário da Medicina Ocidental a Medicina Chinesa – é uma ciência fundada sobre a experiência empírica acumulada, divide os medicamentos de acordo com as suas propriedades e acções.
Propriedades das plantas (medicamentos)
As plantas podem ser classificadas:
- segundo as suas propriedades térmicas: quentes, mornas, frescas e frias, podendo ainda falar-se de uma quinta propriedade, a neutra.
- segundo os cinco sabores: azedo (ácido), amargo, doce, picante e salgado, teoria elaborada por Chou Li em 770-476 a.C.
- segundo as quatro direcções: ascendente, descendente, circulante (flutuante) e submersão. Sistema de classificação geralmente atribuído a Li Tung 1180-1251 d.C.
As ervas com propriedades mornas ou quentes são Yang em natureza. Elas dispersam o vento e o frio interno, aquecem o Baço e o Estômago, reabastecem o Yang, também possuem acções estimulantes e fortalecedoras, ervas dessa natureza incluem o acônito, gengibre seco, canela e tratam várias doenças do frio.
As drogas com propriedades frescas ou frias tais como: coptis, scutellaria, gypsum e gardénia são Yin em natureza. Elas removem o calor, aliviam a inflamação patogénica, acalmam os nervos devido à sua acção inibitória, servindo também como antibióticos, sedativos e antiflogisticos para doenças febris.
Após séculos de uso empírico de remédios herbários, os médicos chineses descobriram que os efeitos de ervas isoladas mudam de acordo com o ambiente herbário. Algumas combinações intensificam uma acção enquanto que outros tornam-se tóxicas ou reduzem a efectividade.
Esses efeitos farmacológicos de uma combinação herbária são difíceis de analisar porque a fórmula pode consistir de qualquer parte de quatro a doze ervas individuais que interagem entre si, ocorrendo três tipos de interacções.
- Entre as ervas individuais.
- Entre os constituintes das ervas individuais.
- Entre os constituintes de ervas diferentes.
Os efeitos farmacológicos das combinações herbárias sobre o organismo humano provaram-se muitos complexos. Isto demonstra que a fitoterapia chinesa na sua complexidade provou a sua eficiência no decorrer dos séculos, assim como na actualidade.
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