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Hidroterapia


O termo hidroterapia é derivado das palavras gregas hidror - água e therapia - cura. Apesar de não existir registos de quando a água foi inicialmente utilizada pela primeira vez de forma terapêutica, é sabido  que já era utilizada por Hipócrates ( 460-375 AC ) banhos quentes e frios como contraste para cura de doenças.

Consiste no uso da água na prevenção e tratamento de doenças.
 È um método tradicional de tratamento que vem sendo usado por diferentes culturas há muitos séculos, principalmente por romanos, chineses, japoneses, egípcios e hebreus. 
A água é um dos meios de cura, um veículo de calor ou frio para o corpo. 
Aplicada ao corpo, actua nele modificações que atingem, o sistema nervoso, que por sua vez, age sobre o aparelho circulatório, produzindo efeitos sobre regularização do calor corporal. As reacções da aplicação da água são portanto, três: nervosa; circulatória e térmica. 
Geralmente o calor acalma e relaxa o corpo, diminuindo a actividade dos órgãos internos. Já o frio, estimula e revigora a actividade interna. 
Com os músculos tensos e ansiedade causada pelo stress, um banho quente ou duche pode resolver. Se sente cansaço ou stress, pode-se optar por tomar um banho morno, seguido de um duche rápido e frio para ajudar na estimulação do corpo e mente. 
É eficaz em patologias neurológicas, músculo-esqueléticas e cárdio - respiratórias, buscando a recuperação funcional e a reeducação motora.
Nas patologias do sistema músculo-esquelético, proporciona a mobilização articular e o fortalecimento muscular, em ambiente de reduzida actuação da força da gravidade e sob condições de flutuação, sem risco de queda ao solo e relaxando o paciente. 



Nas patologias neurológicas, utiliza os estímulos externos gerados pela imersão num meio líquido distinto do meio gasoso onde se desempenham habitualmente as actividades da vida diária.
 Corrige-se assim percepção afectada e obtém-se a reeducação motora. 
Aumenta-se a confiança do paciente para explorar e desenvolver suas potencialidades, reforçada pela
redução do temor de quedas, inexistentes na água.  
Nas patologias do sistema cardio - respiratório, trabalha com a resistência ao deslocamento exercida pela água, em intensidade marcantemente superior àquela exercida pelo ar, permitindo elevadas intensidades de exercícios sem aumento da frequência cardíaca. 
Actualmente, a Hidroterapia já ganhou diversas facetas, sendo aplicada em estâncias termais ou hidrominerais, em SPA'S ginásios, clínicas de fisioterapia e de reabilitação. As três principais divisões da Hidroterapia são:
    1. Hidrotermoterapia: o tratamento incide mais na temperatura da água (envolvimentos, compressas, banhos quentes/frios e de contraste, sauna).
    2. Hidromecanoterapia: o tratamento recorre ao efeito mecânico e térmico em simultâneo, nomadamente através da aplicação de jactos de água dirigidos às zonas do corpo afectadas(hidromassagem, duche, turbilhão).
    3. Hidrocineticoterapia: o tratamento utiliza a redução da acção da gravidade sobre os corpos imersos para facilitar a cinesioterapia, ou seja, trata-se de uma cura através do movimento (piscina terapêutica e tanque de Hubbard).  

Existem, no entanto, mais sete subclassificações da Hidroterapia:
  1. Hidromassagem: o tratamento recorre ao efeito mecânico e térmico em simultâneo, nomadamente através de um processo de turbilhonamento e de bolhas.
  2. Hidroginástica: o tratamento requer a realização de movimentos mecânicos e coordenados dentro de água, com o intuito de fortalecer a massa muscular e tonificar o corpo.
  3. Balneoterapia: o tratamento recorre às águas naturais, onde são dissolvidas, de forma natural, substâncias várias, conforme o problema a tratar. Em alternativa, utilizam-se águas onde são dissolvidas, de forma artificial, substâncias várias.
  4. Hidroterapia de efeito interna: os tratamentos que recorrem às águas minerais.
  5. Hidroterapia de efeito externo: todos os outros tratamentos. 
  6. Hidroterapia de acção geral: tratamento vocacionado para cuidar de todo o corpo.
  7. Hidroterapia local ou parcial: tratamento vocacionado para cuidar de zonas do corpo específicas. 
A Hidroterapia está indicada para pessoas de todas as idades, excepto os diabéticos, pessoas que sofrem de esclerose múltipla e de pressão arterial muito alta ou baixa, assim como as grávidas, que devem evitar tratamentos quentes no corpo e banhos de imersão. Quem sofre de reumatismo, inflamações pélvicas ou perturbações de bexiga deve evitar os banhos frios. 
Para além disso, é importante salientar que os idosos e as crianças podem sentir-se cansadas ou enfraquecidas com tratamentos que requerem calor excessivo.
Regra geral, a Hidroterapia é recomendada para aliviar e curar os seguintes problemas:
  • Alívio de dor e espasmos musculares 
  • Melhoramento do movimento das articulações  
  • Fortalecimento muscular e treino de resistência 
  • Melhoria da circulação sanguínea
  •  Reeducação dos músculos paralisados 
  • Melhoria das vias respiratórias 
  • Manutenção e melhoramento do equilíbrio corporal, coordenação e postura 
  •  Estimulação da percepção visual 
  • Relaxamento físico e emocional 
  • Combate ao stress  

Origem e história

Adoptada por povos em todo o mundo, o recurso à água como forma de obter prazer e bem-estar foi entretanto banido, uma proibição que se prolongou ao longo de toda a Idade Média.
 A partir do século XV porém, a hidroterapia voltou a ganhar força (assim como todas as terapias naturais), tendo a publicação do primeiro livro sobre hidroterapia em 1647 – “Uma forma fácil e natural de curar a maioria das doenças" – da autoria de John Wesley, ter contribuído fortemente para esta nova divulgação. 
O estudo sobre esta prática ganhou um novo fôlego e os trabalhos publicados sucederam-se: "Um inquérito sobre a utilização correcta e o uso e abuso dos banhos quentes, frios e temperados" (por Sir John Floyer, 1697); e ainda um estudo sobre o uso de água fria no tratamento da varíola, escrito pelo Dr. Whright em 1779. Mas é Johann S. Hahn (1696-1773)quem ficou conhecido como o pai da hidroterapia moderna, tendo dedicado grande parte da sua prática medicinal ao estudo e aplicação desta terapêutica nos seus próprios pacientes. Seguiram-lhe as pisadas muitos outros estudiosos de renome – Vicent Pressnitz, Dr. Joel Shaw, Wilhelm Winternitz, Dr. Simon Baruch – que contribuíram para a solidificação e reconhecimento público da hidroterapia como a conhecemos hoje.

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